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Dia 29 de maio, foi o segundo dia do II Simpósio de Pós-Colheita de Grãos do Mato Grosso do Sul, com o tema “Sustentabilidade da Pós-Colheita de Grãos”. O evento contou com a participação de mais de 200 produtores e lideranças do setor.
Esta foi a segunda edição do evento criado pela ABRAPOS no Estado do Mato Grosso do Sul. A Copasul foi realizadora da edição 2015 do evento com a co-promoção de instituições e Cooperativas do Mato Grosso do Sul e do Paraná. O evento visou atender a demanda das instituições locais envolvidas no pós-colheita de grãos. O objetivo foi estimular a busca de resultados para a qualidade e a confiança das cadeias alimentares nos grãos armazenados. A indústria de equipamentos, produtos e serviços esteve presente em estandes de expositores, trazendo as inovações tecnológicas que permitiram ao setor de pós-colheita se manter na posição de destaque no agronegócio brasileiro.
O segundo dia de palestras foi marcado por temas importantes, como danos de percevejos, qualidade da ração, segurança no trabalho e inovações em maquinários. O primeiro painel do dia tratou da qualidade de grãos e suas implicações no mercado e José Ronaldo Quirino da Caramuru - Rio Verde/GO falou sobre os “Danos de percevejos e seus efeitos na pós-colheita”.
“No armazenamento de grãos vários procedimentos inadequados podem acelerar processos de fermentação dos grãos danificados no local da picada por percevejos”, explica Quirino. Segundo o palestrante, nas regiões com temperaturas mais elevadas a espécie mais comum é o percevejo marrom (Euschistus heros ). A incidência dos percevejos na lavoura traz muitos problemas, um dele é a qualidade dos grãos.
“Quando o grão é “picado” pelo percevejo, já há um rompimento do tegumento que é uma camada protetora do grão. E por este furo, por este poro deixado pelo estilete do percevejo, que se torna a porta de entrada que altera totalmente a umidade de equilíbrio do produto, facilitando a penetração de microrganismos, bem como de água e acelerando o processo de fermentação que pode já ocorrer nas lavouras, quando há um ambiente úmido (chuvoso) e principalmente no ambiente de armazenagem. Isso vai ocorrer numa maior ou menor velocidade em função das condições de armazenagem, principalmente da temperatura da massa de grão e teor de agua na armazenagem do produto”, afirma Quirino.
Ele ainda orienta que controle sistemático dos percevejos nas lavouras e cuidado total na armazenagem são o segredo para evitar esse mal.A segunda palestra do painel foi “Qualidade do milho para ração animal”, com a Franciele Clenice Navarini Giacobbo, da Copagril. Que ressaltou que a qualidade dos grãos é essencial para termos alimentos de qualidade, como carne, ovos, óleo e etc, pois o milho é o principal componente da ração e o item de maior gasto das empresas.
“A nutrição corresponde por 32% do custo na produção de carne, por isso a qualidade do produto é essencial”, afirma Franciele. Que também destacou que o produtor deveria ser remunerado pela qualidade do milho, pois o produto adequado pode trazer muita economia na produção da ração.
“O grande diferencial do frango atual está na genética, o animal da década 50 atingia 1,8kg de carne com 70 dias, o frango de hoje atinge 2,9 kg em 45 dias”, disse a palestrante.
Na mesma manhã, os participantes puderem assistir à palestra “Segurança no Trabalho em Unidades Armazenadoras de Grãos”, com o técnico em segurança do trabalho e bombeiro, Israel Poderoso. Ele orientou o público quanto a importância do cumprimento das normas de segurança do trabalho nos silos. Ele também falou das NRs 12,31,33 e 35, além de espaço confinado.
No período da tarde, ocorreu o painel sobre máquinas, com a palestra “Inovações em máquinas e equipamentos de pós-colheita”, com Volnei Luiz Meneghuetti, do Instituto Federal Farroupilha.
“As inovações tendem a diminuir custos na operação de equipamentos em função da automação; diminuir custos de insumos como energia elétrica, combustíveis; facilitar a operação e a supervisão das atividades; e auxiliar na tomada de decisões”, declara o engenheiro.
Ele ainda conta que as máquinas e equipamentos do pós-colheita ganharam um incremento de tecnologia advindo das telas touch screen, armazenamento de dados, comunicação com computadores, e transferência de dados por internet, facilitando o manejo do operador e possibilitando ao supervisor ou proprietário o acompanhamento dos processos à distância. Os equipamentos além de ficarem mais tecnológicos, estão mais eficientes nos aspectos de consumo de energia e emissão de poluição para o meio ambiente e também mais seguros, atendendo as normas de segurança vigentes.
O palestrante da Embrapa Soja, Osmar Conte falou sobre máquinas colhedoras e regulagens de colheita para preservar a qualidade dos grãos. E por fim, houve a palestra mecanização dos processos operacionais e a racionalização de mão-de-obra nas unidades armazenadoras com José Alberti da Fazenda Campo Bom e a palestra Aeração de grãos com André Goneli da UFGD- Universidade da Grande Dourados.
A próxima edição do evento será em 2017 em Chapadão do Sul.