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LEAN NO AGRO: Uma iniciativa que contribui para a eficiência no campo

07, Mai de 2019
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As transformações do agronegócio têm sido intensas nos últimos anos. A agricultura 4.0, por exemplo, trouxe itens como uso de drones e softwares de gestão, elevando o agro a outro patamar. E é justamente na gestão que se encontram princípios que podem interferir na produtividade. Uma ferramenta, ou melhor, um jeito de pensar diferente, tem auxiliado a gerar um processo mais enxuto e eficiente na rotina agrícola. O Pensamento Lean tem um conceito simples, mas nem sempre fácil colocá-lo realmente em prática: não basta fazer exclusivamente o próprio serviço, é preciso pensar no processo como um todo.

O Lean no agro vem para quebrar paradigmas, principalmente de que a filosofia era adaptável apenas ao setor industrial. Uma das iniciativas pioneiras é na Fazenda Santa Marta, em Naviraí, uma referência nacional em Pecuária (Chácara Naviraí – O Zebu do Brasil). No local, a equipe do Lean Copasul realiza visitas semanais de acompanhamento e orientação.

“Ainda temos poucas iniciativas Lean na agricultura e na pecuária. Vejo isso muito mais do que um planejamento, é um conceito de fazer as coisas de maneira mais organizada e com menos desperdícios. É um trabalho bem gradual de conscientização dos funcionários. Na pecuária, por exemplo, queremos que o trabalhador não apenas mexa com o boi, mas que ele dê atenção a outras áreas, como manejo de pastagem, manutenção de cerca, e passe a entender que tudo reflete na produção de carne. Na parte de agricultura, focamos muito no controle, principalmente na mensuração de perdas e também em fazer com que o processo de plantio e colheita seja padronizado”, explica o proprietário, Claudio Sabino Filho.

Para que o Lean funcione, é essencial a participação do funcionário. “No começo foi difícil, porque era diferente do que vínhamos fazendo, mas aos poucos conseguimos ver que trabalhávamos com muitas perdas. Hoje temos uma visão do nosso serviço como um todo. Antes do Lean, tínhamos medo de opinar sobre o serviço, hoje nós falamos abertamente. Temos nosso planejamento, principalmente nas manutenções, todas elas são programadas previamente e inclusive na minha casa já comecei a aplicar também”, explicou Reinaldo, colaborador da Fazenda. “Antes era uma rotina normal de toda fazenda, enquanto o gestor não passasse a ordem, ele ficava de braços cruzados esperando, hoje cada um é autossuficiente, ele traz o problema e já pensa em uma solução. Mudou o jeito de pensar do colaborador”, disse o gerente de agricultura da fazenda, Luiz Augusto Melo.

 

PREJUÍZO OCULTO

Atualmente, a Copasul tem dois colaboradores efetivos que executam em campo o trabalho do Lean no meio rural. A equipe realiza uma consultoria com visitas semanais às propriedades, com o objetivo de medir a eficiência e a qualidade das operações agrícolas e interpretá-las perante índices do Brasil e da região. Isso sempre ao lado do produtor e seus operadores, pois eles, como equipe, serão os agentes responsáveis pela melhoria contínua do processo. Para tal, utiliza metodologias que, sempre baseadas em pesquisas, proporcionam praticidade às avaliações e são validadas por consultorias e empresas, como a Embrapa.

“O Lean diz que todo processo que pode ser medido, pode ser melhorado. E no mundo agro, tudo se encaixa nessa afirmação. No plantio, por exemplo, a regulagem e a operação da semeadora interferem muito na qualidade final do processo. Mas isso só é perceptível com medição. Sem medir, torna-se um prejuízo oculto! Temos que instigar o operador a fazer a melhoria contínua do processo. Hoje o plantio é checado por coeficiente de variação, que leva em conta a distribuição de plantas, o estande, e a porcentagem de falhas e duplas. Essa é uma metodologia já validada. Claro que apenas esse fato não garante a maior produtividade, pois são mais de 50 variáveis que influenciam na produção de soja, porém é um dos principais e está todos os dias na mão dos operadores, podendo ser melhorada”, explicou um dos colaboradores do projeto, Tharles Franchesco Castriani, técnico agrícola.

O processo do Lean mostra que os detalhes da gestão são diferenciais competitivos. “Hoje, a agricultura brasileira planeja e executa muito bem, mas qualquer empreendimento para se destacar no mercado precisa checar seus processos para readequá-los e melhorá-los. E nisso as fazendas não são diferentes! As pesquisas mostram que nos próximos anos não haverá tecnologia de sementes que proporcionará uma superprodução, logo, a revolução vai ser no sentido da gestão. O diferencial do produtor que vai produzir mais dependerá do seu capricho e da redução de seus desperdícios, e isso está totalmente ligado ao Lean”, explica Pedro Lopes de Aguiar, trainee de Engenharia Agrícola.