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A inaugurou nesta quarta-feira (24/11) a Estação Quarentenária, localizada na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília/DF. A estação é composta por um prédio com 4.643 metros quadrados de área construída, sendo 2.951 de laboratórios para análises de qualquer tipo de praga que possa correr o risco de entrar no território nacional, como insetos, ácaros, fungos, bactérias, nematoides, plantas infestantes e vírus.
A Estação Quarentenária compreende ainda três casas-de-vegetação e 11 laboratórios com mais de 200 equipamentos para análises de pragas. Possui sala-de-caldeiras, incinerador e salas para tratamento fitossanitário, desinfecção e destruição de material quarentenário.
A quarentena de plantas abrange ações voltadas a prevenir a introdução e disseminação de pragas agrícolas e, por isso, é prioridade para a Embrapa desde a sua criação, na década de 1970, conta Celso Moretti, presidente da Embrapa. Segundo ele, esse é um trabalho estratégico para a segurança nacional do país, justamente porque está diretamente relacionado com a segurança alimentar da população. Moretti lembrou que, em 2013, a lagarta Helicoverpa armigera causou danos de cerca de 1,7 bilhão de dólares aos cofres nacionais.
Para a ministra Tereza Cristina, é um momento de celebração para o Brasil, principalmente depois de todas as dificuldades enfrentadas até chegar ao momento de inaugurar uma estrutura que tem embutida muito esforço, muita tecnologia, muitos equipamentos importantes, e, o mais importante, muitas "cabeças de heróis" que fazem a diferença diariamente para a agropecuária brasileira, ajudando a evitar que pragas e doenças entrem no nosso território e possam prejudicar as nossas safras.
A construção da nova estrutura foi iniciada em 2015, tendo como meta a ampliação da capacidade de atendimento para mais de 60 mil acessos ao ano, o dobro da capacidade na época. As instalações foram projetadas conforme as regras de segurança exigidas pela Instrução Normativa nº 29/2016 do Ministério da Agricultura e receberam investimentos iniciais de R$ 10 milhões.
No ano de 2019 houve a retomada da construção do prédio, quando recebeu R$ 800 mil reais de investimento da Embrapa e, no ano seguinte, a deputada federal Bia Kicis viabilizou, por meio de um termo de execução descentralizada (TED), recursos para a conclusão da estrutura, assegurando a ampliação dos serviços quarentenários em território brasileiro, a partir da integração das equipes da Embrapa com as do Serviço Quarentenário Nacional, da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa (SDA).
Existem atualmente cerca de 500 pragas quarentenárias oficialmente reconhecidas como ausentes no território brasileiro, que incluem insetos, ácaros, nematoides, fungos, vírus e bactérias, com uma característica comum: são exóticas, não existem no País e, por isso, não há formas conhecidas para combatê-las. A priorização das pragas quarentenárias, feita pelo Ministério, é importante porque permite desenvolver um trabalho mais específico para evitar a sua entrada no Brasil ou na adoção de medidas para sua erradicação e controle, quando já identificada em alguma parte do país.
A equipe da Estação Quarentenária, formada por mais de 16 profissionais, dentre pesquisadores, analistas e estagiários da Embrapa, ao longo dos últimos 44 anos conseguiu interceptar mais de 86 pragas, que poderiam ter causado danos produtivos e econômicos incalculáveis para o Brasil. Somente entre 2015 e 2019 foram interceptadas 14 pragas (quarentenárias ou exóticas), dentre os mais de 374 processos recebidos (287 pedidos de importação com 16.277 acessos e 87 pedidos de exportação com 584 acessos).