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O cultivo de florestas diversifica a atividade rural e se configura em uma alternativa viável de lucro para o produtor rural. Esta foi a tônica do Seminário “Biomassa e madeira nobre: Novas Oportunidades de Negócios”, realizado nesta quinta-feira (13), na sede da Famasul em Campo Grande. Os colaboradores da Copasul: Adroaldo Taguti, Gerente de Divisão Administrativa Operacional, Egídio Tsuji, Engenheiro de Produção e Thiago Bertoncello, Engenheiro Agrônomo, estavam presentes no seminário.
A primeira palestra da programação foi proferida pelo responsável comercial da Atlântica Agro, empresa que trabalha na produção de mogno africano, André Luiz Martins da Silva, com o tema 'O mogno africano no Brasil – Colheita, corte, beneficiamento e mercados nacional e internacional'. Segundo o especialista, o Brasil é o país mais cotado pelos investidores internacionais na comercialização de madeiras. "Dentro deste contexto, o mogno é considerado uma opção sustentável de investimento". Martins ressalta que o mogno africano possui um potencial de demanda no mercado de madeiras nobres devido a sua densidade e versatilidade comercial. "A madeira apresenta uniformidade, qualidade e garantia de fornecimento, tem segurança de duração, sem falar que é considerada um sinônimo de beleza", destaca.
Também sobre madeira nobre, enfatizando a relevância da diversificação florestal, o diretor do Clube da Madeira Nobre e do Grupo Fertille, Everton Regatieri, ressaltou que o segmento brasileiro participa com 3,2% da produção mundial, avaliada em 2012 em U$ 290 bilhões e com 7,6 milhões de hectares plantados. Apesar de ser uma cultura pouco difundida, o país já se destaca como referência na produção de madeira sustentável, cultura que obteve na última década (2000 a 2009) valorização de 250%, atraindo investidores de outros continentes.
A terceira palestra foi ministrada pela pesquisadora industrial do Senai Biomassa - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, Marcela Salazar. Com o tema “Novas estratégias tecnológicas para mapear e selecionar a qualidade da madeira”, a especialista destacou que a qualidade da celulose, matéria-prima para diversos produtos, dependerá da espécie e utilização. Marcela explicou que ainda não existe um laboratório especializado em Mato Grosso do Sul, mas a instituição já aprovou a construção de um espaço no município de Três Lagoas.
Sobre o sistema que integra lavoura - ILPF, pecuária e floresta, o pesquisador da Embrapa, André Dominghetti, ressaltou que esta é uma alternativa para recuperação do solo e neutralização do efeito estufa. Segundo dados do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o Brasil possui 172 milhões de hectares de pastagens, sendo que 77% da área tem pouca ou muita degradação. “Optamos em cultivar a soja a cada quatro anos e com 12 anos fazer um corte raso das árvores para aproveitamento da madeira. Em curto prazo melhoramos o solo - recuperando áreas antes degradadas, concluímos alguns ciclos de soja com êxito e chegaremos ao final do período mínimo para silvicultura com matéria-prima de qualidade”, enfatizou o pesquisador.
Dando sequência à programação, o destaque ficou por conta de uma espécie florestal de fácil manejo e adaptação climática, o bambu, apresentado pelo presidente da Associação Brasileira de Produtores de Bambu, Guilherme Korte. A gramínea, encontrada frequentemente na beira de rios, está presente em quase todo o mundo, com destaque para a China, país que mais cultiva e processa o bambu. O Brasil tem hoje 110 mil hectares de área plantada e comercializa principalmente o broto de bambu. A iguaria é vendida in natura por R$ 3 o quilo e comercializada até R$ 20 reais.
A última palestra do dia foi ministrada pelo pesquisador da Embrapa Floresta, Antônio Bellote, sobre as florestas energéticas e o álcool celulósico como novos negócios.
Fonte: Famasul