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Encerrando o circuito de grandes eventos da Copasul - que conta também com Simpósio da Soja, Jornada da Soja, Noite de Campo e Giro do Milho - 4º Dia de Campo da Mandioca foi realizado nesta quarta-feira, dia 12, em Naviraí. O evento reuniu um público recorde de mais de 1.000 pessoas, entre produtores, pesquisadores, estudantes e profissionais do setor agrícola, que se reuniram para discutir e apresentar manejos, cultivares, técnicas e resultados de pesquisas relacionadas ao cultivo da mandioca. O encontro teve como sede a Fazenda Alto da Mata, arrendada pelo cooperado Edno Nascimbeni, que reúne cerca de 120 hectares de campos de cultivos de mandioca de diferentes variedades e manejos que serviram de base para pesquisas cujos resultados foram divulgados hoje durante as apresentações.
O dia começou cedo, com o credenciamento dos participantes a partir das 7h. A cerimônia de abertura teve início às 8h e contou com a tradicional oração para consagrar o evento a Deus, conduzida pelo colaborador Renan Viero. Em seguida, o presidente do Conselho de Administração da Cooperativa, Gervasio Kamitani, destacou a importância do conhecimento aplicável nas lavouras e ressaltou o compromisso da Copasul em apoiar os cooperados.
A primeira palestra do dia foi a do agrônomo e coordenador técnico da mandioca da Copasul, Cleiton Zebalho, mestre em engenharia agrícola, que abordou o tema "Fatores de manejo para altas produtividades de mandioca de indústria em Mato Grosso do Sul". Cleiton compartilhou os resultados de sua dissertação de mestrado pela UFSM, que apontou que há uma lacuna de 44,6 toneladas por hectare na produtividade da mandiocultura na região sul do MS.
De acordo com a pesquisa de Cleiton, a produtividade média atual é de 18,6 toneladas por hectare, mas a mandiocultura poderia alcançar até 63,2 toneladas por hectare com ajustes de manejo e condução adequados. Ele destacou a importância da adubação e mencionou as quantidades corretas de nutrientes, como potássio, nitrogênio, cálcio, fósforo e magnésio, para atingir as metas de produção desejadas.
Outro fator abordado por Cleiton foi a data de plantio, mostrando que lavouras plantadas até 18 de julho alcançaram as maiores produtividades. Por outro lado, aquelas plantadas após essa data, até 20 de setembro, apresentaram uma perda média de 132 kg de produtividade por hectare por dia.
O controle de plantas daninhas também foi destacado como um fator crucial para aumentar a produtividade. As lavouras mais produtivas realizaram entre 5 e 6 manejos de controle de plantas daninhas, além de adotarem a rotação de culturas. Cleiton mostrou que as lavouras que vieram de um sistema diversificado produziram em média 18,8 toneladas por hectare, enquanto aquelas sem rotação produziram 16,3 toneladas por hectare.
No final de sua apresentação, Cleiton lançou o livro de sua dissertação, intitulado "Fatores de manejo para altas produtividades de mandioca de indústria em Mato Grosso do Sul", dedicado ao fundador da Copasul, Sakae Kamitani. Gervasio Kamitani, filho de Sakae, destacou a importância desse lançamento, enfatizando que isto significa que a pesquisa está chegando aos produtores e cumprindo seu objetivo.
Após a apresentação de Cleiton, os participantes foram divididos em três grupos, que passaram por três estações diferentes. Em uma delas, o professor doutor Neumárcio Vilanova da Costa, da Unioeste, falou sobre "Alternativas de manejo de plantas daninhas na cultura da mandioca". Ele enfatizou a importância da escolha adequada da variedade cultivada e discutiu diferentes estratégias de controle de plantas daninhas, destacando que o uso de herbicidas deve ser a última opção.
Na estação vizinha, os analistas Helton Fleck da Silveira e Hermínio Souza Rocha, juntamente com o pesquisador Rudiney Ringenberg, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, apresentaram o tema "Desafios e Avanços na Obtencão de Novas Cultivares de Mandioca da Embrapa". Ringenberg ressaltou a importância da escolha adequada da cultivar e enfatizou que a interação entre o fator genético e o ambiente de produção é fundamental para alcançar todo o potencial de uma cultivar.
O pesquisador doutor Ringenberg confirmou que a escolha da cultivar tem papel decisivo na produtividade, mas o processo tem várias etapas. Em primeiro lugar, ao decidir usar uma nova cultivar, não se deve plantar áreas muito grandes, fazendo uma experiência para saber se o produto irá desempenhar bem. Ringenberg destacou que a mandiocultura é uma das lavouras onde a genética interage de forma mais intensa com o ambiente, sendo um fator decisivo.
Na terceira estação, o professor doutor Emerson Fey, da Unioeste, abordou "Alternativas de manejo de plantas daninhas na cultura da mandioca". Ele destacou a importância da produção de palha para o plantio e apresentou os processos mais eficazes de manejo desta palhada.
Após o almoço no local, no período da tarde o mestre em engenharia de produção Fábio Isaías Felipe, pesquisador do CEPEA, fez uma apresentação sobre o "Mercado da Mandioca". Ele comentou que o cenário indica uma volta ao normal dos valores do setor, fornecendo informações relevantes para a tomada de decisão dos produtores.
O encerramento do 4º Dia de Campo da Mandioca ocorreu com uma apresentação teórica e prática sobre o uso de drones na mandiocultura, conduzida pelo engenheiro agrônomo Alessandro Pedrozo, da Protect Plant.
APOIO
Para o Dia de Campo da Mandioca 2023, a Copasul contou com o Patrocínio Diamante de empresas renomadas, como Agrocete, Adama, Bayer, Ihara, Yara, KWS, UPL, Nidera, Jotabasso, Basf e Corteva, além do Patrocínio Ouro de Hinove, ICL e Nortox, e o Patrocínio Prata de FertCross, CropChem, TimacAgro, Superbac, NovaFértil, Facholi, Sementes Aurora, UniFértil e Soesp.